08/12/2008

MLM: Vida Pessoal

Emprego: herança vitalícia?!
por Rogério Verinaud



Emprego, esta palavrinha mágica que move multidões. Que acende a chama da esperança de uma vida melhor, de um futuro próspero, de uma falsa estabilidade que perdura até o dia do corte coletivo. Um anseio geral, uma expectativa que faz muita gente enfrentar filas intermináveis e dormir ao relento de um dia para o outro como zumbi, debaixo de frio e chuva. É bom nem citar aquela frase: "quando a cabeça não pensa, o corpo padece!"

Muitas vezes, o salário oferecido é ínfimo, indigno e insultante. No entanto, é pegar ou largar. Se você não quer, tem quem queira (e como tem)! E é assim que muitos se submetem a atividades aquém de suas capacidades, por salários que mal cobrem o investimento de um único livro adquirido na época da faculdade.

O que ocorre é que, desde a infância, esta semente é plantada, regada e bem cuidada dia após dia até que germine e floresça na adolescência, quando se inicia "a grande busca" do "grande sonho": o primeiro emprego.

Por muitos e muitos anos, ecoa no subconsciente aquela bem intencionada recomendação latente dos pais para os filhos: "Se você quer ser alguém na vida, precisa estudar muito para conseguir um bom emprego! E se for concursado, então, melhor ainda. Terá estabilidade, uma vida segura e tranquila." (Será?!) Lembra daquele comercial que no final dizia assim: "(...) Você precisa rever seus conceitos!" Pois é... bota rever nisso!

Excelentes e variadas oportunidades de Multinível são disponibilizadas regularmente nos meios convencionais de divulgação, como jornais, revistas, folhetos e Internet (sem contar o boca-a-boca). No entanto, são vistas (ou melhor, mal vistas) como algo utópico e sumariamente ignoradas e descartadas pelo pessoal da fila do desemprego. Pois não é bem isso que eles buscam. Eles querem "emprego" e MLM não é (e jamais será - graças a Deus!) emprego! É uma extraordinária oportunidade de negócio (a melhor que conheço) da livre iniciativa, para pessoas de perfil empreendedor. Para pessoas insatisfeitas e inconformadas com a condição de empregado, que anseiam de verdade, bem lá no íntimo, sua carta de alforria para serem livres (darem um "bico" no traseiro do patrão)! Esses seres iluminados não chegam a esquentar lugar na fila, pois o primeiro anúncio de uma oportunidade Multinível, no mínimo, os arrancará de lá para saber mais.

É perturbadora esta visão deprimente de uma fila de desempregados dando voltas e mais voltas no quarteirão, por um salário de R$ 200 (com vagas para 1%, exigências absurdas de formação acadêmica e falar mais de um idioma para trabalhar de faxineiro, por exemplo). Especialmente quando, do outro lado da rua, no mesmo momento, está ocorrendo uma reunião de oportunidade com dois ou três curiosos que passaram por lá só para perguntar se esse negócio tem carteira assinada.

Diante disso, é possível concluir facilmente que o aprendizado assimilado na época da infância e adolescência permanecerá arraigado até a idade adulta, assegurando assim a conservação deste legado para a gerações seguintes. Pobre delas... literalmente!

É uma visão assustadora admitir esta realidade sombria. No entanto, acredito (talvez por ser um incorrigível otimista) que podemos interferir positivamente, interrompendo ou pelo menos enfraquecendo o vigor deste ciclo vicioso ceifador de sonhos.

É fato notório que não podemos ajudar a quem não pede, não procura e nem aceita ajuda. Não podemos forçar ninguém a fazer o que não quer. Tudo que podemos fazer é apontar o caminho e oferecer a mão para ajudá-lo a trilhá-lo, e nada mais. A decisão de aceitar ou não é dele, não nossa!

A partir do momento que as pessoas vislumbrarem que, do outro lado da fila, existe um caminho mais justo, onde as recompensas podem se tornar infinitamente generosas e que o grau desta generosidade está diretamente ligado ao grau de envolvimento do sujeito com seu negócio, o mundo finalmente sorrirá para ele e o universo, como num passe de mágica, o tocará com uma varinha de condão, tornando reais todos seus sonhos.

Acredite, tenha Fé e acima de tudo trabalhe pelo seu sonho, que assim será!

Quanto as filas... bem, estas serão apenas um retrato amarelado de um passado longínquo que não vale a pena recordar, porque finalmente chegou o dia que o emprego deixou de ser uma herança vitalícia.