02/03/2009

Autopiedade

As pessoas a nossa volta vivem, em sua grande maioria, em um estado de entorpecimento dos sentidos. Acreditam-se desafortunadas e querem que todos a sua volta compreendam o quanto são infelizes, miseráveis e dignos de piedade. Tornam isto um ideal, uma missão e fazem de tudo para provar que estão certas. Caem em lágrimas diante das dificuldades e prostram-se ante a qualquer obstáculo, mas no íntimo sentem um incrível e mórbido prazer, por acreditarem que diante destas situações estão provando o quanto estão corretos. O seu sucesso é provar o seu próprio fracasso. Utilizam-se de toda a sua capacidade e força de vontade para provar a todos que são fracassados e, desta forma, conseguir a atenção dos outros.

Refletindo sobre esta situação, verificamos que o trabalho despendido para provar que são pobres coitados, caso fosse utilizado de forma invertida, ou seja, de forma positiva e produtiva, traria excelentes resultados.

Estas pessoas não são dignas de piedade. Na verdade, elas merecem nossos aplausos e nossas congratulações por serem tão eficazes em provar suas desgraças e fracassos.

Todos temos capacidades que nascem conosco e permanecem em estado de hibernação dentro de nós, só esperando serem despertadas. Como usamos esta capacidade determina como será nossa vida.

Autopiedade não traz felicidade, não resolve problemas e não paga nossas dívidas. A única coisa que conseguimos com a autopiedade é chamar a atenção para nós, mas será que é este o tipo de atenção que precisamos? Este é o tipo de vida que queremos? E se não for, por que insistimos em nos comportar desta forma? Por que agimos de forma tão depreciativa e negativa em relação a nossa própria vida?

Sabemos que a necessidade de atenção e a busca de reconhecimento são extremamente essenciais e importantes para a nossa realização pessoal, mas não devemos concentrar todos os nossos esforços e capacidade nesta única direção, fazendo deste o nosso único objetivo. Agindo desta forma, nos colocamos em uma situação muito delicada e perigosa, pois percebemos que muitas pessoas se comportam de forma reprovável com o único intuito de serem percebidas, de serem notadas. Sentem-se importantes por estarem em evidência, mesmo que de forma negativa.

Existem outras formas de estar em evidência, de ser reconhecido, de ter a atenção das outras pessoas. Temos que escolher o caminho certo, desenvolver nossas habilidades, despertar o potencial que temos adormecido, brilhar e obter o interesse de todos pelas nossas qualidades, pelas nossas capacidades e nossos resultados positivos. Desta maneira, teremos mais do que a realização pelo reconhecimento, obteremos o respeito das pessoas e nos sentiremos felizes por não termos que sacrificar nesta busca o nosso espírito, nossos ideais e a nossa dignidade.

Lembre-se que a responsabilidade pela vida que temos é exclusivamente nossa, e em vez de se lamentar pela vida que levamos, devemos acreditar que é sempre possível tomar a iniciativa de mudá-la.

“Não chore pelos resultados das suas escolhas. Sorria pela oportunidade que a vida lhe oferece, todos os dias, de reescrever a sua história”.


por Luiz Carlos Bueno dos Santos

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